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E seja um programador melhor
Não é novidade que nós, brasileiros, não temos o hábito da leitura. Este é um fato ruim. Ler pouco significa que nós, brasileiros, estudamos pouco, aprendemos pouco e nos atualizamos pouco. Infelizmente, isso precisa ser mudado por uma questão simples: vivemos na Era da Informação. Se você não lê, você não transforma informação em conhecimento e permanece imerso na escuridão da ignorância. Simples assim.
Para contornar a leitura muita gente opta por assistir vídeos. Sem dúvida, vídeo-aulas são muito interessantes e reforçam a fixação de conteúdo. Porém, sabe-se que ler é a melhor forma de fixar conteúdo. É preciso maior concentração e, consequentemente, maior atenção para realizar uma boa leitura. Mas, o que diabos isso tem a ver com ser um bom programador?
Leia código. Leia código.
Ler código escrito por outras pessoas é uma das melhores formas de aprender a programar. Projetos de código aberto, principalmente, são feitos por pessoas apaixonadas pelo que fazem e que não medem esforço para escrever código muito otimizado.
Ter o hábito da leitura melhora a sua capacidade de ler código escrito por outra pessoa. Muitos programadores não têm paciência de ler código de terceiros. O resultado é bem ruim. Existem duas coisas ruins que acontecem quando o programador não gosta de ler: ou dá manutenção no lugar errado do código ou escreve em excesso, ignorando o que o código existente já faz.
Código é conhecimento. Quem escreveu determinado código estudou o assunto e transformou o seu estudo em uma lista de instruções em determinada linguagem de programação. Ler o código faz com que você entenda como esta pessoa resolveu determinado problema. Se você vai dar manutenção em um código, a primeira coisa a fazer é ler. Ler e entender o que está se passando.
No lugar errado
Certa vez eu tive que dar manutenção em um código que gerava relatórios em formato XML para alimentar scripts que depois consumiam estes arquivos. Havia um determinado campo que era carregado com um valor incorreto em determinadas circunstâncias.
O que acontecia era o seguinte: havia uma estrutura de dados de onde vinham os valores exportados para o XML. Havia uma manutenção no código, na saída da geração do XML que consertava os valores deste campo. Porém, o “conserto” não cobria todas as possibilidades e em determinadas circunstâncias alguns valores inválidos eram reportados.
O fato é que a estrutura de dados era carregada com valores inválidos e estes valores transitavam inválidos até a saída. A manutenção de um defeito fora realizada no ponto errado do código. Isto é efeito de uma leitura incompleta do código. Este exemplo demonstra por que uma leitura criteriosa é necessária para entender o que está se passando antes de sair realizando manutenção em código. Isto é especialmente complicado quando o mesmo código é mantido por diversas pessoas em um time de desenvolvimento. Aquele que lê de forma deficitária tem a maior probabilidade de introduzir problemas na base de código durante as manutenções.
Leia muito, mas não só código
O ato de leitura é um ato de conversão de informação. A leitura nada mais é que converter símbolos escritos em elementos simbólicos armazenados pelo cérebro. Nós, humanos, compreendemos as coisas por associação. Associamos símbolos com elementos que conseguimos armazenar em nossos cérebros.
Quanto mais você lê, mais treinado seu cérebro fica para transformar e guardar informações. Quando se fala que o hábito da leitura é importante, não estão contando potoca para vender livros. Sem ler você diminui sua capacidade em interpretar e converter informações. Com isso, sua capacidade analítica diminui-se com o tempo.
Ler código é muito importante. Porém, deve-se ter o hábito de ler não somente código ou textos técnicos. É importante ler livros de estórias ou outros tipos de literatura. Livros não relacionados com a área técnica ajudam a relaxar e aumentam sua capacidade criativa de diversas formas.
Eu não sou especialista do cérebro e nem muito menos estudioso do assunto. Já li vários artigos defendendo o hábito da leitura e, de certa forma, compartilho minha experiência pessoal com o assunto. Não sou um leitor muito ávido — confesso que deveria ler com mais frequência. Porém, sempre tenho um livro carregado no meu iPhone para ler quando puder.
Ler em meio eletrônico é uma questão de hábito. A minha geração habituou-se com o livro de papel. Habituar com o livro eletrônico foi um desafio. A principal vantagem do livro eletrônico é a possibilidade de andar com diversos volumes sem precisar carregar uma caçamba.