Salve a raça humana, não o mundo
O mundo continua. A gente não.
Por um momento pense em como seria o apocalipse. O fim dos tempos. O fim do mundo. O fim da aventura humana na Terra. Soa bem dark, não? O fim do mundo esteve muito em voga lá pelos anos 1980. Só se falava em holocausto nuclear. E não para menos. O mundo quase realmente acabou naquela época. Haviam duas nações com pilhas de armas nucleares prontas para queimarem umas às outras. A coisa era tão real que todos os dias falava-se disso na televisão.
Hoje em dia as notícias indicam, de novo, uma escalada militar em andamento e, possivelmente, um conflito em larga escala entre duas nações que hoje têm líderes que podem apertar o botão. Novamente vivemos tempos de incertezas. Basta um doido desses apertar um botão e já era: voltamos ao tempo das cavernas. Bem, se sobrar alguém para contar a estória.
Independentemente disso, também vivemos a época do aquecimento global, a bagunça que estamos fazendo com a natureza. Devemos salvar o planeta? Não. O planeta já está salvo. Se o aquecimento global continuar, quem vai sobrar na janta é a raça humana. A Terra, bem ou mal, continua existindo. Nós, porém, bem… Já é outra estória.
Tenho pensado por este ângulo: não devemos salvar o planeta. Precisamos salvar a nós mesmos. Se continuarmos com o consumo de combustíveis fósseis e o nosso descaso com a natureza, em alguns anos a nossa existência neste planeta estará condenada. E pergunto: vamos para onde?
Mercúrio é um planeta que é diariamente assado pelo sol. Vênus sofre de um efeito estufa tão bravo que chumbo é líquido a céu aberto. Marte é um deserto seco. Talvez uma das luas de Júpiter sirva para alguma coisa. Porém, os outros planetas e luas existentes no nosso sistema solar são totalmente inóspitos. Sobrou a Terra. Mas se aqui ficar inóspito também, já era. Acabou. Não vai sobrar ninguém.
Tudo aquilo que lutamos todos os dias terá sido em vão. Afinal, o que fazemos todos os dias nada mais é que lutar pela nossa sobrevivência, por mais que você não tenha esta noção. Hoje temos dois caminhos à nossa frente: morte por aniquilação nuclear; morte por que o mundo ficou inóspito.
Sabe aquela usina do Japão que afundou depois do último terremoto? Aquilo está causando um estrago sem precedentes na natureza. Sabe quem sofrerá com isso? Nós. Javalis radioativos já foram encontrados por lá. A vida sempre dá seu jeito. Porém, basta um de nós comer um bicho desses e já era: envenenamento por radiação. Agora, imagine os peixes que estão no oceano. Uma hora o seu salmão virá com plutônio.
O foco dos naturalistas não deveria ser salvar o planeta Terra e sim salvar a raça humana. Se não dermos um jeito na natureza, quem vai deixar de andar pela Terra seremos nós. A Terra vai continuar sua existência, porém sem a nossa presença.
Cada dia que passa mais e mais me convenço de que nós estamos irremediavelmente condenados.