Já há algum tempo que eu defendo a ideia de que empreender é para todos. Eu comecei a defender esta ideia depois que li vários artigos de alguns ditos empreendedores de “sucesso” que defendem a ideia de que empreender é para apenas um grupo especial de pessoas. Um tremendo non-sense, sem dizer que trata-se de um elitismo que demonstra o ego dessas pessoas.

Sim, empreender é para todo mundo. E continuando uma série de artigos sobre, me permita falar de um empreendimento que todo mundo tem ou já teve: o emprego.

O que é um empreendimento?

De acordo com o dicionário Oxford de português, empreendimento é um “ato de uma pessoa que assume uma tarefa ou uma responsabilidade”. É uma definição bastante ampla, na verdade. E dentro da amplitude desta definição, veremos que o cargo que você ocupa na empresa onde trabalha é, sim, um empreendimento.

Afinal, você tem tarefas para cumprir e é responsável por elas, correto? Se você assumiu uma tarefa ou uma responsabilidade, ou ambas, então, pela definição do dicionário, você está empreendendo!

Existe uma ideia, incorreta na minha opinião, que empreender é ser dono de uma empresa. Vamos olhar novamente o dicionário Oxford:

Empresa: obra ou desígnio levada a efeito por uma ou mais pessoas; trabalho, tarefa para a realização de um objetivo; empreendimento.

O que você faz na sua empresa, enquanto empregado, não é trabalho, ou uma tarefa para a realização de um ou mais objetivos? Ou seja, o seu emprego é uma empresa de uma pessoa só.

Parabéns, você é um empreendedor!

Qual o seu público-alvo?

Como todo empreendimento, você enquanto empregado tem um público-alvo. E não é tão difícil assim definí-lo. Se você pode ser considerado um empreendedor, o seu negócio é basicamente B2B, ou seja, o seu público-alvo são empresas que precisam da sua expertise.

O seu curriculum vitae é uma propaganda que demonstra o que você faz, quais as suas habilidades e o valor do seu serviço. O empregado é, em última instância, um empreendimento no ramo de prestação de serviços.

Qual é o seu produto?

Acho que já ficou evidente qual é o seu produto a esta altura: o seu tempo. Você vende ao seu empregador parte do seu tempo. Em 8 horas de trabalho diário você entregará o seu tempo ao seu empregador, realizando as tarefas que lhe forem delegadas.

Assim, como fazer para aumentar sua lucratividade? Sendo extremamente eficiente, entregando o que for possível no menor tempo possível, otimizando ao máximo o seu tempo e tentando, sempre que possível, diminuir o seu esforço.

Como você melhora seu produto?

Para melhorar seu produto, o que você faz é estudar, adquirindo novas habilidades e conhecimentos. Já ouviu isso de algum coach ou de algum profissional de recolocação, não é?

Técnicas mais eficientes, automação do seu trabalho no que for possível, pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas são apenas alguns itens de uma lista interminável de atividades que podem melhorar, e muito, a sua entrega.

Motivação

Muita gente trabalha desmotivado por que, talvez, procuram a motivação nos lugares errados. A busca pelo reconhecimento do trabalho é a principal causa da desmotivação. O fato é que a motivação precisa vir de outro lugar: de você mesmo. Mesmo que você faça seu trabalho ou ocupe o mesmo cargo há anos sem reconhecimento, você tem sempre algo a aprender e a melhorar. É daí que precisa vir sua motivação.

Ao aprender coisas novas você está melhorando o seu produto, aumentando o valor do seu trabalho. Isso permitirá que a sua próxima venda seja realizada por um valor maior do que você recebe atualmente.

Conclusão

Digo e repito: empreender é para qualquer pessoa. O emprego é um empreendimento. A sua carreira enquanto empregado é um grande empreendimento: o empreendimento da sua vida.

Todos nós nascemos com a pré-disposição para empreender. O fato é que o empreendimento não é, necessariamente, uma empresa. Como já abordei, é qualquer tarefa ou responsabilidade que você tome para si. E dentro deste conceito, o seu emprego é, de fato, um empreendimento, assim como sua carreira profissional.