Microsoft abraça os padrões abertos
Chega de viver de padrõs próprios
A adoção do Bourne Again Shell como parte integrante do Windows 10 é uma notícia interessante que demonstra uma mudança radical de curso na estratégia da Microsoft. Até então, a Microsoft vinha forçando a barra para os desenvolvedores usarem o seu Powershell que, convenhamos, é muito mais poderoso que o intérprete de comandos padrão do Windows. O problema do Powershell é a sua linguagem: é preciso aprender uma linguagem parecida com o C# para usá-lo. Assim, developers vindos do linux e do unix acabam torcendo o nariz pois, convenhamos, a linguagem do Powershell é excessivamente sofisticada para um intérprete de comandos.
Eu arrisco dizer que com essa integração cada vez mais ostensiva com o mundo de código aberto e, principalmente, com o linux, coloca a Microsoft em pé de igualdade com a Apple. O Mac OS X é um sistema unix e, como tal, faz uso ostensivo de ferramentas de código aberto ou de padrões de mercado. O Bourne Again Shell está presente no Mac OS X desde o Panther, lançado em 2003.
Para quem não é acostumado com unix, a adoção do bash pode passar por algo pequeno. O shell é uma parte fundamental dos sistemas unix, sendo que a automação de start-up dos sistemas é praticamente feita em shell script usando um intérprete como o bash.
O poder do bash reside na sua linguagem simples, porém poderosa. Em verdade, o bash é um melhoramento do Bourne Shell, shell usado pelo Unix System 7 e que foi criado por Stephen Bourne na Bell Labs. O Bourne Again foi uma reimplementação do Bourne Shell que adicionou melhoramentos ao mesmo.
O Windows, portanto, está se tornando mais developer friendly. Eu ainda acho os sistemas baseados em unix, incluindo-se aqui o Mac OS X, mais agradáveis para desenvolver software. Porém, vamos ver o que a Microsoft reserva para o futuro.