Ronaldo
Ronaldo Desenvolvedor, pai, cidadão do mundo.

Mercado de Trabalho e Preconceito

Inclusão é um assunto bem mais complicado do que parece

Mercado de Trabalho e Preconceito

Muito se discute hoje sobre o preconceito e a inclusão no mercado de trabalho, sendo o foco principal o público LGBT. Porém, este público não está sozinho no quesito inclusão. Existem outros públicos: autodidatas, ex-presidiários, pessoas de meia e terceira idades. Todos excluídos. Vários sem conseguir oportunidades no mercado mesmo estando totalmente qualificadas.

Diversidade: fator de sobrevivência

A diversidade não é uma coisa ruim. Na verdade, é quase imprescindível quando falamos em sobrevivência. Quanto mais diverso é um ecossistema, maiores as chances deste ecossistema resistir ao longo do tempo. E o mesmo pensamento vale para dentro das empresas: quanto maior a diversidade dentro de uma empresa, maiores as chances desta empresa sobreviver às intempéries do mercado.

A diversidade gera movimento. Opiniões e pontos-de-vista diversos auxiliam na criação e manutenção de momentum que é, em última instância, o movimento dentro das empresas. A inovação, algo tão buscado hoje em dia, é um efeito maximizado pela heterogeneidade. Grupos homogêneos têm a tendência de minimizar a inovação.

A Idade

Este artigo é focado, basicamente, em um grupo de excluídos específico: aqueles que passaram da idade considerada útil no mercado de trabalho. Por que este foco? Não quero excluir nenhum dos outros grupos, mas este é um grupo no qual me enquadro. Afinal, deixei de procurar emprego aos 38 anos justamente por que não conseguia mais colocação no mercado de trabalho, a despeito de manter-me atualizado e de toda experiência que tenho enquanto programador.

As empresas consideram que pessoas de uma certa idade pararam no tempo e fazem as coisas às antigas. Não é verdade. A experiência nada mais é que o conjunto de erros cometidos ao longo da vida profissional. Erros que você não cometerá novamente. E por que o erro é importante?

Erro: o melhor dos professores

Não se aprende com o acerto. Você acerta depois que já aprendeu. Procure lembrar-se de quando você aprendeu aritmética básica. Você só chegou aos resultados corretos depois de errar as operações à beça. Não se lembra? Comece a prestar atenção aos seus filhos, na forma como aprendem. É tentativa e erro. A correção é o ajuste do aprendizado.

Isto quer dizer que uma pessoa experiente tem uma carga de aprendizado muito maior que uma pessoa menos experiente. Por que? Erros! Quanto mais erros, mais aprendizado. E isso tem um grande valor para as empresas.

Porém, há um fator determinante que forçará as empresas a contratar pessoas cada vez mais velhas ao longo dos anos: o envelhecimento da população mundial.

Diminuição da População Economicamente Ativa

A população economicamente ativa vem declinando ao longo dos anos. Este problema já começa a ser sentido no Brasil e já é sentido, de forma drástica, em países desenvolvidos, com o a Alemanha. Isto é efeito do declínio da taxa de natalidade e aumento da expectativa de vida. As pessoas estão deixando de ter filhos e estão envelhecendo. O resultado é que os aposentados estão ficando mais numerosos, criando uma carga em cima da população ativa, economicamente falando.

Assim, os sistemas de previdência têm se tornado sobrecarregados, criando uma sobrecarga em cima dos mais jovens que são, em última instância, a parcela economicamente ativa da população. O resultado é que várias pessoas de meia e terceira idades acabam voltando ao mercado de trabalho para sustentar-se.

Com o declínio da natalidade, pessoas começam a aposentar deixando vagas em aberto nas empresas onde trabalharam, vagas que começam a sobrar ficam sem preenchimento. E isto se tornará cada vez mais frequente, até chegarmos ao ponto no qual não haverá quem possa preencher estas vagas.

Como está sua empresa?

E como está sua empresa? As pessoas de meia e terceira idade são contratadas somente para cargos executivos ou há pessoas assim na área operacional?