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Ronaldo Desenvolvedor, pai, cidadão do mundo.

Tipos em Swift

Uma diferença importante com relação ao Objective C

Tipos em Swift

A tipagem nas linguagens de programação sempre foi um assunto amplamente debatido. Tipagem forte ou relaxada? Tipagem dinâmica ou estática? Com a linguagem Swift a questão não é diferente. E existem alguns tópicos interessantes para se discutir sobre a forma como o Swift usa os tipos de dados em relação ao seu antecessor, o Objetive C.

O Objetive C herdou seu esquema de tipagem da linguagem C, ou seja, é uma linguagem com tipagem estática e relaxada. A tipagem é estática pois é preciso definir qual o tipo de dados de um elemento antes de efetivamente usá-lo. Uma vez definido o tipo de dados do objeto, não é possível mais alterá-lo.

Porém, o compilador é bastante complascente no que diz respeito à verificação de tipos. Assim, você pode enfiar um número inteiro no lugar de um ponteiro e vice-versa. Esta é uma característica de uma linguagem de tipagem relaxada.

O Swift, por outro lado, implementa um sistema de tipagem forte. Se algo é String, só entra ali String. A não ser que você diga à linguagem como é que raios que ela converte um tipo em outro, usando os downcasts ou upcasts. Mesmo assim, quando você tem classes em hierarquias completamente distintas, não dá para realizar um downcast e a compilação falha miseravelmente.

Porém, o Swift dá a falsa impressão de que implementa um sistema de tipagem dinâmica. Não é bem assim: um elemento definido como sendo de um determinado tipo poderá armazenar valores para aquele tipo apenas. O que o Swift faz de diferente é inferir o tipo de dados de um elemento com base no contexto no qual o elemento é definido. Exemplo:

var a = 123

Esta declaração cria uma variável a do tipo inteiro. O tipo é inferido do contexto, ou seja, da atribuição neste caso.

A verificação forte de tipos do Swift fica clara quando você precisa manipular estruturas complexas em memória. Por exemplo, imagine que seu software recebeu uma estrutura JSON e converteu-a, em memória, para uma coleção, um dicionário, onde cada elemento é indexado. Acessar os itens mais profundos do dicionário requer um trabalho extra pois é preciso desenvelopar cada elemento em cada nível da estrutura, exigência da verificação forte de tipos.

Neste caso, o Objective C simplifica a vida do programador justamente por que a sua tipagem é relaxada. Porém, os benefícios da tipagem forte sobrepujam a trabalheira que dá desenvelopar elementos em estruturas muito profundas. A principal vantagem é a diminuição dos erros de programação.

Outra vantagem do Swift é o uso de opcionais. Em Objective C, o valor nil é representado por um pointer inválido. Ou seja, nil é definido como:

#define nil ((void *)0)

Isto quer dizer que nil só vale para tipos ponteiro. Se você nunca percebeu, todas as variáveis de determinada classe são, na verdade, ponteiros:

NSString * name;
NSNumber * idade;

Portanto, nil só serve para descrever valores inválidos para classes e ponteiros. Variáveis de tipos integrais não são elegíveis para usar nil como valor inválido. Porém, em Swift, é possível usar nil para determinar um valor inválido para uma variável de tipo integral graças ao optional chaining. Não preciso dizer o quanto isto simplifica o trabalho de inicialização de variáveis e verificação de valores inválidos.