Ronaldo
Ronaldo Desenvolvedor, pai, cidadão do mundo.

Novas formas de analfabetismo

Novas formas de analfabetismo

Até algum tempo atrás o analfabetismo era composto, basicamente, de pessoas incapazes de ler e escrever na língua nativa de seus países. Com o andar do tempo, e da tecnologia, existem novas formas de analfabetismo que precisam ser atacadas e solucionadas no intuito de equalizar a nossa sociedade.

A primeira é o analfabetismo funcional: a pessoa sabe ler e escrever; porém é incapaz de formar frases logicamente construídas. Ou seja, os textos escritos por essas pessoas são completamente sem sentido. O que mais é interessante deste tipo de analfabetismo é que pessoas assim chegam às faculdades e se graduam, chegando ao mercado de trabalho completamente despreparadas.

Entendam: não é minha intenção atacar os analfabetos, mas demonstrar que o analfabetismo existe e que precisamos fazer alguma coisa para extinguir isso. O fato é que hoje em dia não dá para sobreviver dentro da economia moderna sendo analfabeto. Os meios produtivos estão forçando as pessoas analfabetas a viver na margem da sociedade. Estamos, cada vez mais, caminhando para uma sociedade regida pela tecnologia, quer você goste dessa ideia ou não.

Basta pensar: criamos uma grande dependência da internet. Pagamos nossas contas, controlamos nossas finanças, recebemos dinheiro, mandamos mensagens, salvamos nossos arquivos, etc, etc, etc. Ou seja, sem a internet o nosso modo de vida fica capenga e desajeitado. É por este motivo que resolvi escrever sobre o analfabetismo, ou seja, ser analfabeto hoje em dia tolhe suas opções de formas muito mais profundas do que há um século atrás.

Bem, a segunda forma de analfabetismo é a tecnológica: pessoas que não sabem usar os computadores. Acredite-me, há uma grande parcela da população que não usa ou que usa o computador de forma totalmente inadequada. São essas pessoas que não conseguem ser produtivas com o computador, são vítimas de crimes digitais e vivem com o computador cheios de vírus.

Quando chegam nas empresas são improdutivas e raramente conseguem se manter no emprego. Sofrem, portanto, de baixa empregabilidade, se é que este termo existe.

A terceira forma ainda não é um problema, mas vai se tornar em breve: programar computadores. Hoje há várias ferramentas desenvolvidas para o usuário não-técnico que são programáveis. Exemplos? Microsoft Office. Você pode dar um boost de produtividade se souber programá-lo. Ou pode ficar sofrendo por horas redigindo textos já redigidos, criando planilhas iguais e por aí vai.

Com a chegada da internet das coisas, nossas vidas serão cada vez mais dependentes da programação. Você passará a programar a sua vida, o seu conforto. De certa forma, você já faz isso: programa a que horas será acordado pela manhã, programa seus compromissos na sua agenda, etc. Passará a programar os envios automatizados de relatórios para seu chefe ou parceiros de negócios, a gerar relatórios com bases em dados devidamente guardados em bancos de dados pessoais, etc.

Qual a solução?

A solução é simples: educação. Infelizmente quando falamos de educação todos tendem a ver o assunto como uma coisa complicada. Não é. Não acredito que aprender seja algo tão complicado assim. Tudo o que faz parte da natureza humana é simples para nós. Aprender é intrínseco ao ser humano. Não faz sentido, na minha opinião, dizer que educação é complicado.

Hoje em dia há fontes infindáveis de informação disponíveis on-line. O problema é fazer com que as pessoas cheguem à essas fontes. Muita gente não faz cursos on-line, diversos inclusive gratuitos, por que não sabem como acessá-los. Ou seja, precisam ser educados em um nível mais básico antes de passarem a usar os recursos disponíveis.

Ou seja, tudo passa pela democratização do conhecimento. Muita gente tem computador em casa mas sequer sabe navegar na internet. Muita gente não tem acesso aos computadores e por isso a inclusão digital é tão importante.

Porém, não basta simplesmente dar um computador para incluir essas pessoas ao mundo digital. É preciso educá-las, dar-lhes a base e os fundamentos necessários para que possam usar os recursos disponíveis de maneira adequada e racional.

Infelizmente a questão da inclusão digital é sempre tratada de maneira superficial e sem a devida importância. O próprio governo brasileiro tratou do assunto de forma extremamente leviana e superficial. Precisamos tratar desse assunto com seriedade se quisermos desenvolver nossa sociedade.